Em uma noite qualquer, após estar dormindo, me vi em um sonho.
Eu chegava a margem de um rio e do outro lado podia ver um grande e iluminado portão. Logo entendi que se tratava do tão desejado portão celestial.
Imediatamente já tendo os pés molhados pelas águas do rio, comecei a me preparar para mergulhar e iniciar minha travessia em direção aquele portão.
Mergulhei em águas calmas, e quando estava pela metade da travessia a corrente começou a ficar cada vez mais forte, e eu ciente que sabia nadar bem e que minha juventude me daria condições de atravessar passei a nadar cada vez mais forte, lutando contra aquela correnteza, após uns minutos começaram a passar por mim pessoas vencidas pela correnteza, e eu crente nas minhas capacidades e ciente de que minha condições para a travessia era superior às condições daquelas pessoas que desistiram, segui nadando. A correnteza ficava cada vez mais forte, eu já havia perdido a conta da quantidade de pessoas que haviam passado por mim rio abaixo.
Começo a sentir cansaço, começo a duvidar da minha capacidade, porém movido por algo que eu julgo ser a minha fé eu lutava, nadava, não me entregava, tentava vencer aquela corrente que me impedia de alcançar o portão, porém a distância parecia não diminuir. Mais e mais pessoas passavam por mim, entregues, esgotadas.
Mas eu julgando ser maior na fé que aquelas pessoas que desistiram do portão celestial lutava com toda minha força, nadando... nadando... nadando... Mas a distância entre o portão e eu parecia ser a mesma.
Até o momento que extremamente cansado, já duvidando da minha capacidade física, dominado por um pensamento de que assim como todos que haviam passado por mim na direção contrária, eu não possuía a fé necessária para alcançar o tão desejado portão celestial.
Então assim como os demais eu me entrego a corrente, descanso meu corpo, meus músculos e já quase sem forças eu desço o rio, boiando como boia um tronco que desapegado da árvore julgamos não ter vida.
Extremamente triste em pensamento eu pedia perdão ao Senhor, por não ter a força e a fé necessária para alcançar o seu portão, por não ter se capacitado suficientemente para estar em sua presença. E dessa forma entregue e após ter rasgado meu coração diante do Senhor, eu me entrego de vez, entrego a minha vida sem ao certo saber qual meu destino, sinto um suposto último suspiro e assim meus olhos se fecharam.
Quando acordo começo a sentir as águas se acalmando e pouco a pouco a corrente se encerrou, mais alguns minutos, estando em águas extremamente calmas, sinto meus pés tocarem a areia, tento retomado um pouco das forças após descansar rio abaixo, me coloco sentado a areia e na minha frente vejo um imenso portão, extremamente maior que o primeiro, ele brilhava uma luz muito intensa e nesse instante tive a certeza de que aquele sim era o portão que eu desejava encontrar e que tudo que eu precisava ter feito desde o início era abrir meu coração e se entregar.
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